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Evangelho do Dia 9 de Abril: Meditação de João 8,31-42 com Frases de Santos

📖 Introdução

No Evangelho de hoje, Jesus nos entrega uma das verdades mais profundas da vida cristã: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8,31-32). É uma promessa poderosa, mas também um convite à perseverança, à escuta atenta e à transformação interior que só é possível para quem caminha lado a lado com o Cristo.

Essa liberdade da qual Jesus fala não é simplesmente fazer o que se quer, mas viver plenamente na luz de Deus, livres da escravidão do pecado, do egoísmo e das mentiras do mundo. É a liberdade que nasce do amor, da humildade e da verdade. Como dizia Santo Agostinho: “Serve a Deus e serás livre; pois o serviço a Deus é a verdadeira liberdade.”

Vamos mergulhar nessa Palavra viva, refletir com profundidade, e deixar que ela nos molde por dentro. Ao final da leitura, você também encontrará uma oração para levar consigo esse ensinamento ao longo do dia. Que esta meditação fortaleça sua fé e o inspire a viver como verdadeiro discípulo de Jesus. 🙏

Leitura da Profecia de Daniel

Naqueles dias, o rei Nabucodonosor tomou a palavra e disse: “É verdade, Sidrac, Misac e Abdênago, que não prestais culto aos meus deuses e não adorais a estátua de ouro que mandei erguer? E agora, quando ouvirdes tocar trombeta, flauta, cítara, harpa, saltério e gaitas, e toda espécie de instrumentos, estais prontos a prostrar-vos e adorar a estátua que mandei fazer? Mas, se não fizerdes adoração, no mesmo instante sereis atirados na fornalha de fogo ardente; e qual é o deus que poderá libertar-vos de minhas mãos?

Sidrac, Misac e Abdênago responderam ao rei Nabucodonosor: “Não há necessidade de te respondermos sobre isto: se o nosso Deus, a quem rendemos culto, pode livrar-nos da fornalha de fogo ardente, ele também poderá libertar-nos de tuas mãos, ó rei. Mas, se ele não quiser libertar-nos, fica sabendo, ó rei, que nós não prestaremos culto aos teus deuses e tampouco adoraremos a estátua de ouro que mandaste fazer”

A estas palavras, Nabucodonosor encheu-se de cólera contra Sidrac, Misac e Abdênago, a ponto de se alterar a expressão do rosto; deu ordem para acender a fornalha com sete vezes mais fogo que de costume; e encarregou os soldados mais fortes do exército para amarrarem Sidrac, Misac e Abdênago e os lançarem na fornalha de fogo ardente

Os três jovens andavam de cá para lá no meio das chamas, entoando hinos a Deus e bendizendo ao Senhor. Mas o anjo do Senhor tinha descido simultaneamente na fornalha para junto de Azarias e seus companheiros.

O rei Nabucodonosor, tomado de pasmo, levantou-se apressadamente e perguntou a seus ministros: “Porventura, não lançamos três homens bem amarrados no meio do fogo?” Responderam ao rei: “É verdade, ó rei”. Disse este: “Mas eu estou vendo quatro homens andando livremente no meio do fogo, sem sofrerem nenhum mal, e o aspecto do quarto homem é semelhante ao de um filho de Deus”

Nabucodonosor então exclamou: “Bendito seja o Deus de Sidrac, Misac e Abdênago, que enviou seu anjo e libertou seus servos, que, confiando nele, desobedeceram à ordem do rei e entregaram seus corpos, preferindo morrer a servir e adorar qualquer outro deus que não fosse o seu Deus”.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Evangelho de João 8,31-42

Proclamação do Evangelho São João 8,31-42.

Naquele tempo, Jesus disse aos judeus que nele tinham acreditado: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Responderam eles: “Somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: ‘Vós vos tornareis livres’?” Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não permanece para sempre numa família, mas o filho permanece nela para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres. Bem sei que sois descendentes de Abraão; no entanto, procurais matar-me, porque a minha palavra não é acolhida por vós. Eu falo o que vi junto do Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai.” Eles responderam então: “O nosso pai é Abraão.” Disse-lhes Jesus: “Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão! Mas agora, vós procurais matar-me, a mim, que vos falei a verdade que ouvi de Deus. Isto, Abraão não o fez. Vós fazeis as obras do vosso pai.” Disseram-lhe, então: “Nós não nascemos do adultério, temos um só pai: Deus.” Respondeu-lhes Jesus: “Se Deus fosse vosso Pai, vós certamente me amaríeis, porque de Deus é que eu saí, e vim. Não vim por mim mesmo, mas foi ele que me enviou.”

Meditação Da Palavra de Hoje –

No centro deste Evangelho está uma promessa poderosa: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Essa frase de Jesus, dirigida àqueles que haviam acreditado nele, vai muito além de uma simples afirmação; ela é um convite à transformação interior. O Senhor não fala de uma verdade filosófica ou apenas racional, mas de uma verdade viva e encarnada, que é Ele mesmo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6).

Jesus propõe uma liberdade que só pode ser conquistada pela permanência em Sua palavra. Mas o que significa “permanecer”? É mais do que apenas escutar ou conhecer. É viver, encarnar, deixar-se moldar. Como disse São Tiago: “Sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes” (Tg 1,22). Permanecer na palavra é viver a partir dela, tomando decisões com base nela, orientando os sentimentos e os pensamentos conforme a luz de Cristo.

O contraste entre ser filho e ser escravo é central neste trecho. Jesus deixa claro: “Todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.” Isso nos faz pensar na falsa ideia de liberdade tão comum nos dias de hoje, onde muitos acreditam que liberdade é fazer tudo o que se quer, sem restrição. Mas a verdadeira liberdade, segundo o Evangelho, é poder escolher o bem, mesmo diante das tentações do mal.

Santo Agostinho, que conheceu profundamente o combate interior contra os vícios, dizia:

“A liberdade é o poder de viver como se deve.”

Ou seja, ser livre é poder viver segundo a vontade de Deus, e não segundo os próprios impulsos desordenados.

Santa Teresa de Ávila também escreveu com profundidade sobre essa liberdade interior:

“A verdadeira liberdade consiste em sermos escravos do Senhor, porque n’Ele encontramos toda a alegria e sentido para viver.”

Aqueles que confrontam Jesus no Evangelho afirmam serem “descendentes de Abraão”, como se a origem física ou o status religioso bastassem para estarem salvos. Mas Jesus os confronta com uma verdade desconcertante: “Se fôsseis filhos de Abraão, praticaríeis as obras de Abraão.” Em outras palavras, não é a linhagem que salva, mas a vida coerente com a fé. Isso vale também para nós: não basta sermos batizados ou irmos à igreja aos domingos. É preciso viver como filhos da verdade.

Aqui, São João Maria Vianney nos alerta:

“A maior infelicidade do homem é viver e morrer como escravo do pecado, acreditando ser livre.”

Essa é uma das maiores ilusões do nosso tempo: pensar que somos donos de nós mesmos, quando na verdade estamos amarrados a desejos, vaidades, mágoas, vícios. A palavra de Cristo nos revela essas amarras e, com Sua graça, rompe os grilhões.

Permaneçamos na Palavra. Perseverar em Cristo é um ato contínuo, uma decisão diária. Não se trata de perfeição imediata, mas de constância, humildade e confiança. A liberdade que Jesus oferece não é ausência de sofrimento, mas presença de sentido. É Ele quem diz: “Se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres.”

Por fim, que a nossa oração seja como a de São Francisco de Assis:

“Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz. Que eu não procure tanto ser consolado, quanto consolar; ser compreendido, quanto compreender; ser amado, quanto amar…”

Essa liberdade que nasce do amor é a única que permanece para sempre.

🙏 Oração Final

Senhor Jesus,
Tu és a Verdade que liberta e a Palavra que transforma.
Dá-me a graça de permanecer firme em Ti,
de não me perder nas mentiras do mundo
nem nas ilusões do meu próprio coração.

Liberta-me, Senhor, da escravidão do pecado,
da dureza do orgulho e da cegueira espiritual.
Que eu caminhe cada dia mais contigo,
na luz da Tua Verdade, que cura, purifica e salva.

Que as palavras dos santos me acompanhem como faróis,
lembrando-me de que a santidade é possível
para aqueles que confiam em Ti.
Fortalece minha fé, renova minha esperança
e inflama meu coração com o Teu amor.

Amém.

Que esta Palavra ressoe em nosso coração com profundidade. Examine-se: você está vivendo como filho ou como escravo? Sua liberdade é autêntica ou está disfarçada de independência egoísta? Hoje, Cristo estende a mão e nos convida a viver livres, não por nossos méritos, mas por Sua misericórdia. Ele é a Verdade que nos salva.

Que tal dedicar alguns minutos para silenciar e perguntar: Senhor, de que preciso ser libertado hoje?

Se esta meditação tocou seu coração, compartilhe com alguém. A Palavra de Deus nunca volta vazia — ela sempre transforma.

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